BREJO SANTO

Dados do município/localização
Fundação: 26/08/1890
Emancipação Política: 26 DE AGOSTO
Gentílico: BREJO-SANTENSE
Unidade Federatíva: CE
Mesoregião: SUL CEARENSE
Microregião: BREJO SANTO
BREJO SANTO
Origem

Distrito criado com a denominação de Brejo dos Santos, pela Lei Provincial n.º 1.708, de 25-07-1876 e Ato Provincial de 30-12-1862.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Brejo dos Santos, pelo Decreto Estadual n.º 49, de 26-08-1890, desmembrado de Porteiras. Sede na vila de Brejo dos Santos. Constituído do distrito sede. Instalado em 05-11-1890.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 193, de 20-05-1931, Brejo dos Santos adquiriu o extinto município de Conceição do Cariri (ex-Iras), como simples distrito.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 2 distritos: Brejo dos Santos e Conceição do Cariri.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo Decreto Estadual n.º 448, de 20-12-1938, o município de Brejo dos Santos passou a denominar-se Brejo do Santo e o distrito de Conceição do Cariri para Porteiras.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município de Brejo do Santo é constituído de 2 distritos: Brejo do Santo e Porteiras (ex-Conceição do Cariri).
Pela Lei Estadual n.º 1.153, de 22-11-1951, é desmembrado do município de Brejo do Santo o distrito de Porteiras. Elevado à categoria de município. Sob a mesma Lei acima citada foram criados os distritos de Poço e São Felipe e anexados ao município de Brejo Santo.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 3 distritos: Brejo do Santo, Poço e São Felipe.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2022.

História

As primeiras terras do Cariri concedidas em datas de sesmarias, conforme documentos oficiais foram demarcadas na bacia do Riacho dos Porcos, no decênio de 1680-1690. Sem designar data, João Brígido aponta Bento Correia Lima como o primeiro povoador do Riacho dos Porcos. Donde se conclui que as terras de Brejo Santo ocupam o primeiro lugar na descoberta e povoamento do Cariri.
Há uma tradição oral e escrita que afirma ter sido Dona Maria Barbosa a primeira proprietária da faixa de terra junto à qual se estende hoje a cidade de Brejo Santo. Segundo a mesma tradição, Maria Barbosa era baiana e viúva, mãe de dois filhos varões e dona de fazendas em Porteiras. Sua aludida propriedade, excepcionalmente rica em fontes perenes, seria gerida por um dos filhos, e o seu nome ficou vinculado definitivamente à terra. Com efeito, Brejo do Barbosa, nome autenticado na sesmaria pela qual o alagoano Antônio Mendes Lobato e Lira adquiriu terras daquela região, foi a primitiva denominação de Brejo dos Santos, mudada mais tarde para Brejo Santo.
É absolutamente certo que o povoamento de Brejo Santo começou simultaneamente no atual Sítio Nascença e na área do Poço, que é um dos atuais distritos do Município. O Poço, por motivo de ordem geográfica, não se desenvolveu. O estabelecimento das estradas dos boiadeiros, que partindo de Vila Bela, hoje Serra Talhada e de Cabrobó, passavam no pátio da Fazenda Nascença em rumo ao Cariri Novo, distanciou-o da nova rota dos povoadores do sul do Ceará.
Num documento muito antigo figura o nome de um dos primeiros latifundiários cujos domínios se estendiam àquelas paragens. Trata-se do testamento de Matias de Lima Taveira, lavrado no Sítio Tabocas, a 17 de agosto de 1750. Outro opulento possuidor de terras, cujas fazendas de gado vacum e cavalar estavam situadas no Poço, Porteiras, Pilar e Riachão, foi o capitão Bartolomeu Martins de Morais, português, casado com Ana Maria Ferreira, tronco dos Martins de Morais.
Ao antigo Brejo da Barbosa estava reservado o papel de embrião social da atual cidade de Brejo Santo, cujo marco histórico foi uma grande casa de taipa, no Sítio Nascença. Tal casarão teria sido edificado pelo tenente Gonçalo de Oliveira Rocha, casado em 2ª núpcias com Joana Martins de Morais, filha do capitão Bartolomeu Martins de Morais. A Fazenda Nascença posteriormente foi herdada pelo capitão Gonçalo de Oliveira Rocha Júnior (Gonçalinho), este casado com Joana Pereira Filgueiras, sobrinha materna do Capitão Mor de Crato e Governador d’Armas do Ceará, José Pereira Filgueiras. Do capitão Gonçalo nasceram nove filhos: Pedro, Francisco, Davi, João, Manoel, Cosmo, Antônio, Joaquim e Ana Inácio dos Santos. Daí porque surgiu o topônimo Brejo dos Santos.
De Manoel Inácio dos Santos, “um dos sobreviventes do ataque da Nascença”, nasceu Donina Maria de Jesus (Rita), que se consorciou com o major Francisco Pereira de Lucena, natural de Sousa, província da Paraíba. Deste casal descende a numerosa família Inácio de Lucena, mais conhecida por Chicote, que era o apelido daquele varão. São filhos do referido casal: José, Joaquim, Manoel, Pedro e Francisco Pereira de Lucena (Cel. Chico Chicote), cujos nomes estão ligados aos episódios que agitaram a política de Brejo Santo durante vinte anos, a contar de 1909.
O longo período que se estende do ano de 1714 à sexta década do século XIX, caracteriza-se pela inoperância dos grandes proprietários daquelas terras férteis. Realmente, naquela área territorial, a civilização claudicou por espaço de 146 anos, não ultrapassando o chamado ciclo curraleiro. Era o apego à vida rural, entravando a formação urbana. Jardim era a sede do poder civil. Por outro lado, o rincão estava subordinado à Comarca do Crato.
Até 1858, só havia duas casas na área da atual cidade: o prédio-logradouro dum curral de gado, de propriedade do Cel. Antônio Cardoso dos Santos, exatamente no local denominado Barrocão, e a vivenda de Antônio José de Sousa, casado com Senhorinha Pereira Lima.
Justamente naquele ano iniciou-se a formação urbana de Brejo Santo, com a chegada de José Francisco da Silva, procedente de Águas Belas, província de Pernambuco, que veio acompanhado de mulher e filhos. Logo depois, sobretudo por motivo de grave incidente com o Cel. Constatino Cavalcanti, chefe político daquela cidade, vieram juntar-se a José Francisco da Silva numerosos parentes seus e na sequência muitos outros foram chegando.
Em breve, o grupo familiar de Águas Belas formou numeroso bloco parental, que, com o passar dos tempos, foi acrescido pela inclusão de novas famílias através de uniões matrimoniais. Desse modo, aquele grupo pioneiro estendeu seus ramos aos Lucenas, Alves de Moura, Araújo Lima, Leite Rabelo etc., resultando a formação de um dos maiores clãs parentais, de consanguíneos e afins, do Cariri.
O aparecimento da gente de Águas Belas modificou o cenário com a divisão dos latifúndios em propriedades produtivas, onde passaram a se desenvolver a agricultura e a pecuária.
O desenvolvimento de Brejo Santo acentuou-se em 1893, quando já estava em franco funcionamento a Agência dos Correios, Coletoria Estadual e Delegacia de Polícia, à frente das quais se achavam, respectivamente, João Gomes da Silva Basílio, Antônio Silião Bispo e Manoel Inácio dos Santos.

Cultura

A cultura de Brejo Santo é um reflexo vivo da força, da fé e das tradições do seu povo. Marcada pela ligação histórica com o agronegócio, a cidade se destaca pela tradicional Feira das Mangas, um evento que movimenta a economia local, fortalece a identidade agrícola do município e celebra o trabalho do homem e da mulher do campo. Esse ambiente rural e produtivo é um dos pilares culturais que moldam a vida da população.

A fé religiosa também é um traço profundo da identidade brejossantense, atraindo romeiros e devotos durante todo o ano. Entre as celebrações mais importantes estão a Festa do Coração de Jesus, realizada em julho, a tradicional Vaquejada de agosto, que reúne cultura sertaneja, música e devoção, e a Festa de São Francisco, em outubro, um dos momentos de maior expressão religiosa e comunitária. Nessas festividades, o povo mostra sua devoção, seu espírito comunitário e a preservação de tradições passadas de geração em geração.

A participação em eventos regionais e a valorização da identidade do Cariri Cearense fortalecem ainda mais o sentimento de pertencimento da população. Essa essência caririense se revela na música, na dança, na culinária, na religiosidade e na forma acolhedora de viver.

Brejo Santo também investe na preservação e promoção de sua memória e de suas expressões artísticas. Por meio de políticas culturais como o Prêmio Cultura Viva, o município estimula talentos locais, fortalece iniciativas populares e incentiva atividades que valorizam o artesanato, a literatura e a culinária típica da região.

A estrutura cultural da cidade oferece espaços importantes para o conhecimento, a arte e a história, como o Cine Teatro Municipal Professor Júlio Macêdo Costa, lugar de encontros culturais, apresentações e eventos educativos; a Biblioteca Municipal Reitor Fernando Leite, que fomenta a leitura e o acesso à informação; o Museu Municipal Historiadora Marineusa Santana Basílio Leite, guardião da memória brejossantense; e o Complexo Cultural da Pedra do Urubu, que une natureza, história e cultura em um dos cenários mais emblemáticos do município.

Com fé, tradição e orgulho de suas raízes, Brejo Santo segue preservando sua identidade e cultivando a riqueza cultural que faz da cidade um dos grandes símbolos do Cariri Cearense.

Divisão Política

A divisão política de Brejo Santo, CE, em termos de administração municipal, consiste no município sede, que é o próprio Brejo Santo, e em seus distritos. Historicamente, a configuração atual se consolidou após a criação de distritos e desmembramentos, como o de Porteiras. Os distritos atualmente existentes são São Felipe e Poço.
Município sede: Brejo Santo.
Distritos: São Felipe e Poço.

Curiosidades

A cidade tem uma história marcada pela figura de Dona Maria Barbosa, que deu origem ao nome original "Brejo da Barbosa", e pela influência da família dos Santos. Curiosamente, há uma formação rochosa conhecida como "Pedra do Urubu", que, segundo a tradição oral, se parece com a face de Cristo e se tornou um ponto turístico e de atração religiosa.

Dados de características geográficas
Área: 654,66
População estimada: 51090
Densidade: 78,04
Altitude: 386
Clima: TROPICAL QUENTE SEMIÁRIDO
Fuso Horário: UTC-3
Distância para a capital: 511,70

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